EXCELÊNCIA EM REABILITAÇÃO VISUAL COM LENTES DE CONTATO ESPECIAIS

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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Lentes de Contato para o Ceratocone: Rigidas Vs. Esclerais

Sendo pioneiro no Brasil no desenvolvimento, fabricação e adaptação das modernas lentes esclerais é natural que eu tenha um grande entusiasmo por estas lentes, As lentes esclerais são lentes rígidas maiores que a córnea e repousam suavemente na porção branca dos olhos não tocando a córnea. Estas lentes oferecem um enorme conforto e tem sido muito bem aceitas no IOSB pelos pacientes de ceratocone, degeneração marginal pelúcida, pós-transplante de córnea, pós-implante de anel intra-corneano e outras patologias que afetam a superfície ocular.


Um pouco da história das lentes esclerais

Comecei a estudar estas lentes por volta de 2003 a pedido de meu pai, Dr. Saul Bastos, fundador do IOSB e desde então venho me dedicando ao estudo destas lentes bibliografias diversas, como na época não havia ainda uma literatura atual sobre o assunto comecei estudando em livros da década de 60 e 70 que tem uma rica quantidade de informações sobre estas lentes. As lentes esclerais existem há mais de 100 anos, no entanto eram fabricadas em vidro e posteriormente em material acrílico o que limitava seu uso a poucas horas devido a falta de oxigenação que induzia ao edema corneano e baixa (temporária) da acuidade visual dos pacientes na época. A literatura na qual iniciei meus estudos no entanto é rica na formação dos conceitos básicos mais importantes dos desenhos e da adaptação das lentes esclerais e me proporcionaram uma base sólida que me coloca numa posição diferenciada em termos de conhecimento sobre o assunto, observei isso em congressos científicos nos EUA e no Reino Unido, embora a fonte bibliográfica a qual me refiro sendo inglesa e americana não são livros que estão disponíveis nesta geração, é muito antiga para os padrões atuais mais não menos importantes e significativos na formação profissional nesta sub-especialidade das lentes de contato.
Fig.1. Lente Scleral Bastos em Ceratocone Extremo. (IOSB)


Um fator que me chama a atenção entre alguns profissionais nos EUA especialmente e em alguns oftalmologistas no Brasil é que o futuro da adaptação de lentes de contato especiais rígidas está nas lentes esclerais, mesmo sendo um pioneiro nesta tecnologia e com extensa formação técnica em momento algum meu grande entusiasmo pelas lentes esclerais me levou a pensar que elas seriam a solução para todos os casos como pensam alguns poucos profissionais. Isso apenas me leva a confirmar o que já sabia, que uma grande parte dos especialistas sofrem, e assim seus pacientes, com a adaptação de lentes rígidas gás permeáveis (rígidas ou simplesmente RGPs) de baixa qualidade que são um tormento para o paciente se adaptar.Semanalmente no IOSB, vemos pacientes que estavam com problemas de adaptação de lentes rígidas e que foram readaptados com lentes rígidas de alta qualidade e tecnologia e que obtém o conforto, acuidade e segurança necessária para retomarem suas atividades profissionais, sociais e estudos. Apenas uma pequena parcela destes pacientes do nosso dia-a-dia requerem a adaptação de lentes esclerais porque há uma indicação específica.


Lentes Rígidas ou Lentes Esclerais?

Como uma clínica especializada em reabilitação visual com o uso de lentes de contato especiais temos uma demanda de lentes bastante significativa, sendo adaptados aproximadamente 200-220 lentes rígidas corneanas e cerca de 50-60 lentes esclerais mensalmente. Embora eu saiba que existam centros especializados em diversos países que tem grande experiência nunca vi de fato um que tenha uma demanda de lentes especiais de alta complexidade tão significativa. Alguns oftalmologistas no Brasil que adaptam as lentes da Ultralentes já perceberam que com o uso das lentes Ultracone, Ultraflat e das lentes asféricas Ultra tiveram não somente um crescimento da sua demanda de adaptações (em grande parte por referencias dos próprios pacientes) mas também pela retenção destes pacientes que retornam ao menos uma vez a cada 1,5-3 anos para renovarem suas lentes. Os oftalmologistas credenciados que também adaptam as lentes esclerais Scleral Bastos fabricadas pela Ultralentes também já perceberam o vasto potencial para conseguir sucesso em adaptações antes consideradas praticamente impossíveis ou nas quais a adaptação estava muito difícil, tanto para o médico mas especialmente para o paciente. 

Fig.2. Adaptação de Lente Ultracone Asférica em ceratocone.


A questão principal é que as lentes esclerais sem dúvida tem dado enorme contribuição á contatologia médica não somente no Brasil mas em outros países do primeiro mundo. No entanto é de fundamental importância compreender que não se trata apenas de lentes esclerais, muitas vezes o melhor para o paciente pode ser justamente as lentes rígidas certas, de alta qualidade e tecnologia. No IOSB adotamos um protocolo que leva em consideração que a adaptação de lentes esclerais passa a ser uma opção se o caso for de tamanha complexidade e dificuldade de adaptar lentes rígidas ou então no caso de indicação terapêutica de adaptação de lentes esclerais.


Indicação Terapêutica de Lentes Esclerais

Embora casos como síndrome de olho seco, síndrome de Sjogren, síndrome de Stevens Johnson, Penfigoide, entre outras patologias sejam bem indicadas as lentes esclerais ainda é pouca a procura de pacientes por esta tecnologia. Quando estes pacientes tem os olhos afetados as lentes esclerais podem tirar a dor, podem quase que de forma mágica devolver a saúde e a visão para os olhos afetados. As lentes esclerais de diâmetros de 18.5 mm. ou mais criam um ecossistema saudável entre a superfície ocular e a lente, agindo de forma a tratar o problema com grande efetividade que nenhum medicamento ou procedimento consegue nestes casos. Naturalmente que o renascimento das lentes esclerais seja ainda algo bastante novo no meio científico, é natural que seja insuficiente a quantidade de médicos oftalmologistas familiarizados e a par das possibilidades que elas oferecem. Seria muito importante considerar a indicação destes pacientes para uma tentativa com lentes esclerais, na maior parte dos casos a adaptação destas lentes muda totalmente a vida da pessoa para melhor e com isso parentes e amigos também ficam aliviados do paciente reconquistar uma melhor qualidade de vida e de visão.  

Existe uma infinidade de casos de doenças que afetam direta ou indiretamente a superfície ocular que podem ser tratadas de forma terapêutica com lentes esclerais, existem também casos de pós-trauma como acidadentes, queimaduras, radiação, etc nos quais as lentes esclerais podem dar uma excelente resposta, especialmente no alívio de dor, de ardência e de uma melhor transparência corneana. Espero que este pequeno texto resumido possa a ajudar alguém, médico, paciente, familiar, amigo ou conhecido de paciente que conheça o tormento pelo qual estas pessoas passam. Como costumo dizer, não podemos ajudar a todos mas aqueles que nos procuram terão no mínimo nossa total atenção e foco na melhor resolução (quando possível) de seu caso.

Um Feliz Natal e um 2014 de muita saúde e visão para todos.


Luciano Bastos
Diretor & Instrutor Clínico de Lentes Especiais
Instituto de Olhos Dr. Saul Bastos - IOSB
www.iosb.com.br

domingo, 7 de julho de 2013

Ceratocone e Lentes de Contato - Revisões de Rotina

O sucesso de uma clínica especializada na reabilitação visual de pacientes com ceratocone, entre outras patologias, com o uso de lentes de contato especiais mede-se em parte pelo volume de pacientes desta natureza e pela resolução de casos de alta complexidade nos quais alguns pacientes já estiveram em diversos especialistas sem obter um resultado satisfatório. É comum os pacientes relatarem consultas com outros especialistas que tentaram adaptar lentes sem resultado ou que foram sugeridos a eles alternativas cirúrgicas para o ceratocone.

As alternativas cirúrgicas que os pacientes buscam visam, na imensa maioria dos casos, uma solução final para o ceratocone. Alguns pacientes são beneficiados com cirurgias como a do implante de anel ou transplante de córnea por exemplo, mas não é a regra infelizmente. Embora a fé, o pensamento positivo e especialmente a confiança que pacientes e familiares tem no cirurgião, grande parte dos casos terão ainda que utilizar algum meio de correção óptica para o restabelecimento da acuidade visual. Normalmente as lentes RGPs especiais irão ter importante papel nestes casos e as lentes esclerais também são outra alternativa interessante. O que leva estes pacientes a procurarem alternativas cirúrgicas que não garantem uma acuidade visual como a que as lentes especiais proporcionam é justamente a dificuldade com as diferentes lentes disponíveis. Isso torna-se ainda pior se as expectativas do paciente e por consequência de seus familiares não são atingidas. Quando são atingidas é ótimo, quando não são... 


Fig.1: Lente Ultracone - Excelência no ceratocone (Cortesia IOSB). 


Os pacientes de ceratocone geralmente tem em seu histórico uma luta travada com lentes de contato rígidas que muitas vezes irritaram, machucaram ou simplesmente não se adaptaram. O interessante é que estes tiveram, e ainda tem, experiências frustrantes com lentes de má qualidade e/ou incorretamente adaptadas e esperam por uma solução que lhes proporcione um fim para esta luta, uma solução que elimine o problema e remova a dependência do uso de lentes de contato. Estes pacientes são os melhores pacientes, costumo comentar com os oftalmologistas amigos e credenciados na Ultralentes, fabricante das lentes Ultracone, Ultraflat e Scleral Bastos. Quando apresentados a estas lentes descobrem um mundo novo onde o conforto e a possibilidade de adaptarem-se as tão temidas lentes rígidas (RGPs) se tornam uma realidade viável.


A importância das Revisões de Rotina

As revisões de rotina servem para que o especialista possa ter um controle sobre a adaptação das lentes e sobre o estado atualizado da relação lente-córnea. Com elas as chances de se observar uma possível complicação futura e evitar que o paciente tenha que ser tratado e suspenda a utilização das lentes enquanto estiver tratando. As revisões de rotina são revisões preventivas e evitam a necessidade de revisões corretivas nas quais algum problema possa estar em curso. A prevenção sempre é o caminho mais saudável a seguir. O ideal seria uma visita a cada seis meses, mas levando em consideração de que o paciente é devidamente instruído, está bem adaptado com lentes de alta qualidade, é razoável uma consulta de revisão anual ao menos ou no máximo a cada 18 meses. Em casos de suspeita de progressão o ideal é que este prazo não ultrapasse seis meses.
Na nossa experiência, os pacientes de ceratocone adaptados com sucesso com lentes de contato especiais dividem-se basicamente em:

  • Fazem as revisões nos períodos indicados, mesmo estando tudo bem (pelo menos uma vez ao ano);
  • Fazem revisões apenas quando tem algum problema (as vezes levam alguns anos para retornar).

Embora seja uma recomendação geralmente dada aos pacientes de que retornem a clínica para as revisões de rotina muitos pacientes no IOSB ficam tão bem adaptados as lentes que simplesmente somem por alguns anos e sempre retornam quando estão com algum problema. Eventualmente estes pacientes vem inclusive usando suas lentes e com alguma ceratite ou mesmo pequena erosão de córnea. A primeira coisa que eles desejam é que o problema seja resolvido logo, fazendo o teste de novas lentes no mesmo dia ou que não é indicado devido as alterações da córnea induzidas pela(s) lente(s) que está em uso. O ideal, conforme o caso, é instruir o paciente a ficar sem lentes por alguns dias para que a córnea possa restabelecer-se e assim o novo teste será mais preciso. Se for apenas ceratite discreta, a simples interrupção do uso por três dias já é suficiente para a regeneração do epitélio e para o retorno da córnea em seu estado topográfico natural. Já em casos de pacientes apresentando uma ceratite mais significativa ou uma erosão de córnea o recomendado é que o oftalmologista prescreva uma medicação em forma de colírio e em gel (geralmente um gel ou pomada para regeneração epitelial e um antibiótico profilático) pelo período necessário, juntamente com a suspensão total do uso de lentes, geralmente de 3 a 7 dias dependendo da severidade do caso.

Um dos grande desafios que encontramos no IOSB é o fato de que temos muitos pacientes fora de Porto Alegre e mesmo de diversos outros estados. Estes pacientes muitas vezes não dispõem de tempo para aguardar ou retornar após o tratamento e precisam ser reavaliados. Por esta razão recomendamos a estes pacientes que antes de vir consultar suspenda o uso de suas lentes por no mínimo 48 hs antes da consulta, isso facilita muito a avaliação. Aqui o paciente pode ser avaliado no local com a sua própria lente ou então  realizados novos testes e exames como a topografia de córnea ou tomografia de segmento anterior.


Excelência na Adaptação e Readaptação de Lentes Especiais

Uma das razões pelas quais os pacientes tratados no IOSB e adaptados ou readaptados com lentes especiais podem contar com longos períodos de tranquilidade é que além de serem adaptados com lentes de alta tecnologia e com métodos de última geração é que eles são bem instruídos quanto ao uso, ao cuidado e limpeza correta de suas lentes. O paciente que é bem adaptado, com lentes de alta qualidade e bem instruído quanto aos cuidados com seus olhos e suas lentes terá maior longevidade de sucesso e tranquilidade com a adaptação.

Fig.2: Padrão de Fluoresceína de uma lente Ultracone


É interessante mencionar que há casos onde os pacientes do IOSB permanecem utilizando as mesmas lentes por muitos anos, na média em torno de 2 a 3 anos, mas há casos (exceções) de pacientes utilizando as mesmas lentes RGPs por 4, 6, 8, 10 e até 12 anos (estes três últimos adaptados ainda por meu pai, Dr. Saul Bastos). Na figura 3, o estado de uma das lentes utilizada por 10 anos. O ideal é que os pacientes troquem suas lentes com uma frequência maior, garantindo assim uma qualidade de visão e conforto maior, assim como a segurança fisiológica da córnea.

Fig.3: Lente RGP Ultralentes com 10 anos de uso (cortesia IOSB).

Com que frequência deve-se trocar as lentes?

Em primeiro lugar é importante mencionar que cada caso deve ser observado individualmente. Existem pacientes que possuem uma lágrima com maior quantidade de mucina, estes tem uma maior tendência a formação de depósitos muco-proteicos na superfície da lente. Estes pacientes devem ser orientados a ter um cuidado maior na limpeza mecânica e química (solução multi-uso) de suas lentes. Com este cuidado as lentes poderão durar mais tempo, embora somente o acompanhamento poderá revelar como o paciente irá corresponder. Outra questão importante refere-se ao material utilizado na fabricação das lentes, observe que embora a lente na figura 3 esteja completamente riscada, não há uma formação evidente de depósitos mas sim a aderência de depósitos nas ranhuras causadas pelo longo tempo de uso e manuseio (limpeza, colocação, inserção, etc.).

Nos casos onde houver constatação de progressão do ceratocone, com a presença de toque central no padrão de fluoresceína, a lente deve ser imediatamente trocada devido a possibilidade de fazer lesão epitelial. O paciente deverá ser orientado a suspender o uso de suas lentes e retornar para novo exame, desta maneira tem-se uma atualização segura do estado da córnea e controle sobre a adaptação. Outra situação é a constatação de que há presença de imperfeições na lente, um trincado, borda com pequena quebra, etc. pois estas lentes poderão machucar a córnea do paciente.    

Procure sempre programar suas revisões de adaptação com antecedência, marque a consulta de revisão e imediatamente coloque em sua agenda, no celular, smart-phone ou um lembrete no espelho/geladeira, mas não esqueça de ir. As chances de complicações do uso de lentes decaem sensivelmente se você tiver o cuidado de seguir as orientações do seu especialista e se fizer as revisões com a frequência necessária.

Para concluir, uma frase célebre de meu pai: 

"Nós nunca estragamos os olhos de nenhum paciente."
Dr. Saul Bastos - In Memoriam



Luciano Bastos
Diretor & Instrutor Clínico de LC Especiais


quinta-feira, 4 de abril de 2013

45 anos de estudo, pesquisa e desenvolvimento



O início...



O IOSB completa este ano 45 anos que o seu saudoso fundador iniciou os estudos sobre adaptação de lentes de contato. Por cerca de 1968, o Dr. Saul Bastos iniciou seu aprendizado com lentes de contato, na época as lentes rígidas, também chamadas duras, eram feitas de acrílico e não tinham permeabilidade ao oxigênio. A genialidade do Dr. Saul e de nosso mestre (também fui seu aluno e pupilo) Joseph W. Soper, nosso saudoso mentor, foi a de criar um desenho de lente que proporcionasse uma excelente troca lacrimal, criando assim a oportunidade do paciente poder utilizar suas lentes por períodos próximos a 8, 10 e eventualmente 12 horas. Tudo isso baseado apenas no princípio da oxigenação através da lágrima como meio de transporte do oxigênio.

Naquela época as lentes eram feitas por diferentes fabricantes, e depois modificadas no consultório por meu pai e posteriormente por mim também, utilizando equipamentos e ferramentas próprias para aprimorar o desenho e o acabamento das lentes duras. O trabalho praticamente artesanal e de grande precisão de modificar as lentes foi uma escola para criar desenhos de lentes novos, melhorados onde o conforto, a visão e a saúde fisiológica da córnea eram (e continuam sendo) o principal objetivo. Isso tem nome e se chama excelência.


Na Busca da Excelência...



Por volta de 1986, meu pai e eu fundamos a Ultralentes, um laboratório que foi criado para fabricar as lentes já com desenhos mais modernos e avançados. Nesta época já trabalhávamos com a primeira geração de lentes gás permeáveis, as lentes siliconadas. Logo em seguida surgiram as lentes flurosiliconadas e outras combinações de polímeros de diferentes fabricantes nos EUA e Inglaterra que eram nossos fornecedores de matéria-prima. As lentes desde então tiveram uma radical melhora de desempenho, não somente pelos materiais mais sofisticados e delicados mas também pelo contínuo aprimoramento técnico do processo de fabricação de lentes especiais e dos desenhos de lentes. Eu me transformei em um projetista e criador de novos desenhos de lentes, como a lente Ultracone (desenvolvida por mim e por meu pai), depois surgiram a Ultracone PCR (Pós-Implante de anel), a Ultracone Advance, a Ultracone Extreme para casos de ceratocone extremo (casos já com indicação de transplante de córnea), a Ultracone Nipple para cones centrais e pequenos, a lente Ultraflat para casos pós-cirúrgicos (transplantados e sequelas de cirurgias refrativas) e mais recentemente as lentes esclerais Scleral Bastos SB (o nome foi uma homenagem a meu pai) as quais também fomos pioneiros no Brasil. Com certeza meu pai está orgulhoso de tudo que estamos fazendo, e com certeza a sua determinação, o exemplo de pessoa que ele foi é motivo de inspiração e de modelo para moldar a minha conduta, atitude e projetar estes resultados que estamos obtendo hoje. Sem meu pai nada disso existiria.


Contemporâneo...



Atualmente, o IOSB é uma referência internacional na reabilitação visual de pacientes portadores de necessidades especiais em lentes de contato especiais para poderem ter de volta a tranquilidade, a capacidade de exercer suas profissões e com uma qualidade de vida muito melhor. É possível proporcionar visão satisfatória em muitos casos, com conforto e preservando sempre a saúde fisiológica corneana. Todos os meses o IOSB recebe semanalmente pacientes de diversos estados do Brasil, inclusive do norte-nordeste, para ter a possibilidade de uma luz no fim do túnel. São pacientes que muitas vezes estiveram já com até 10 especialistas, tentaram adaptação com várias lentes, dias de tentativas e a perseverança de lidar com a esperança e a frustração, até chegar aqui. A equipe de oftalmologistas do IOSB, eu e os demais colaboradores estamos sempre a disposição de quem nos procura. Basta entrar em contato e agendar, se possível pode adiantar o seu caso enviando exames e/ou relato ou resumo do caso para estudarmos previamente, especialmente para aqueles que vem de outros estados ou do exterior.


A luz no fim do túnel...



Faz parte de nossa missão ajudar, fazer o que for possível para que estas pessoas possam ter o seu problema resolvido, que possam com a adaptação de lentes especiais, as vezes absolutamente personalizadas, e conseguirem enfim ter bons resultados. É interessante aprender a lidar com estes pacientes, eles costumam vir já com "um pé atrás" ou seja, já vem desconfiados que irá ser mais uma tentativa frustrada e uma decepção. Infelizmente essa é uma realidade para milhares de pacientes que tem necessidade de adaptação de lentes RGPs especiais.



"A consultoria proporcionada aos oftalmologistas credenciados 

na Ultralentes tem também importante papel na resolução 

de casos de maior complexidade." Luciano Bastos





Felizmente existem outros especialistas que adaptam as lentes que desenvolvemos, e eles ajudam a muitos outros pacientes com características semelhantes. Estes oftalmologistas são em sua maioria os que tem maior experiência e melhores resultados na adaptação de lentes especiais. A Ultralentes, a partir de 1990 dedicou-se disponibilizar a outros especialistas no Brasil as lentes desenvolvidas por nós. As vezes o médico mesmo sendo credenciado na Ultralentes não dispõe de toda a linha de lentes que hoje está mais extensa mas considerando que a maior parte dos casos é resolvida com a lente Ultracone são grandes as chances de uma boa adaptação. Claro que sempre há pessoas que não entendem, não acreditam ou pensam que essa lente é igual as outras, até mesmo médicos. Pois este é um problema... deles. Eles não sabem nem diferenciar uma lente boa de uma com excelência, ou melhor, nem conhecem a excelência. Atualmente se um oftalmologista disser que a lente Ultracone ou nossas esclerais são iguais as outras ou que não conhecem é extremamente recomendado ter outras opiniões de outros especialistas.

Nestes 45 anos que somamos estudando, dedicando-nos a fazer da excelência a nossa filosofia para resolver os mais complexos casos, o que procuramos é fazer com que o paciente que procura uma luz no fim-do-túnel encontre esta luz e que, principalmente, esta luz não seja um trem vindo na sua direção.


Scleral Bastos - Excelência em lentes esclerais


É importante mencionar que atualmente a Ultralentes e o IOSB colaboram em projetos de pesquisa e desenvolvimento de lentes de contato em alguns hospitais públicos e privados, em universidades no Brasil e no exterior. Essa colaboração é em tecnologia, colaborando para estudos e especialmente para proporcionar a cada vez mais pacientes uma oportunidade de ver que deve haver esperança, que é possível conseguir adaptar-se a boas lentes com conforto, a melhor visão possível de se obter e principalmente mantendo a saúde fisiológica ocular. 


O futuro...


Embora seja notável o avanço da medicina e dos procedimentos cirúrgicos na área da oftalmologia, em especial para o ceratocone, a adaptação de lentes especiais continuará sendo por mais duas décadas pelo menos o meio mais importante de restaurar a visão para os pacientes com baixa visão devido ao ceratocone e também aos transplantados os quais a visão não ficou satisfatória. Dentre todos os métodos de tratamento do ceratocone e de córneas irregulares em geral, a adaptação de lentes de contato como forma de reabilitação visual e leia-se aí melhor da visão e com isso melhora na qualidade de vida dos pacientes é e ainda será por um bom tempo a melhor forma de atingir este objetivo. Com esta realidade pela frente cabe a nós dedicarmo-nos ainda mais para que mais pacientes possam beneficiar-se do trabalho maravilhoso que estamos fazendo. Temos o projeto de proporcionar mais acesso e facilidades aos pacientes de todo o Brasil e em breve no exterior de ter a possibilidade ao menos de experimentar essa tecnologia.

Luciano Bastos
Diretor & Instrutor Clínico de LC Especiais - IOSB