EXCELÊNCIA EM REABILITAÇÃO VISUAL COM LENTES DE CONTATO ESPECIAIS

Pesquisar este blog

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

LENTES ESCLERAIS SÃO SEGURAS?



Antigamente, na década de 50 e 60 as esclerais eram feitas de PMMA ou acrílico, praticamente um vidro. Naquele tempo as lentes podiam ser usadas apenas por poucas horas pois induziam ao edema corneano pela falta de oxigenação. Os pacientes usam por 3 ou 4 horas e removiam para descansar os olhos por uma ou duas horas e usavam mais umas 2 a 3 horas.

No ínicio deste século meu pai (Dr. Saul Bastos) e eu ficamos sabendo que os fabricantes de matéria-prima de lentes rígidas gás permeáveis estavam iniciando a concepção de materiais de diâmetros maiores para que fosse possível fabricar lentes esclerais com esses materiais. No Brasil e na América Latina não havia ninguém que fabricava ou adaptava lentes esclerais. Em 2002 meu pai então pediu que eu estudasse essas lentes e me instruiu a procurar um professor dele da Harvard Medical School, o oftalmologista Dr. Perry Ropsenthal PhD, que era um grande especialista em lentes esclerais. Perry me recebeu de braços abertos e foi desde então meu mentor e orientador em meu aprendizado da tecnologia das lentes esclerais, agora fabricadas nos materiais permeáveis ao oxigênio.

Por cerca de quatro anos apenas estudei as lentes esclerais, concepção, fabricação e adaptação. Em meados de 2006 estávamos já com amostras dos primeiros materiais permeáveis ao oxigênio. 

Logo nos anos que sucederam outros laboratórios compraram a tecnologia de laboratórios dos EUA e sob licença iniciaram a fabricação de outras marcas de esclerais no Brasil e em outros países.

As atuais lentes esclerais são fabricadas em materiais permeáveis ao oxigênio o que em tese possibilita uma adaptação segura. No entanto, em nossa experiência observamos que não bastava o material ser permeável ao oxigênio mas os desenhos das lentes, especialmente a porção de apoio da lente escleral (chamada de zona háptica ou de aterrisagem) precisava ter um desenho bem elaborado que permitisse um apoio suave e alinhado sobre a esclera, de forma a permitir uma boa adaptação. Além disso a borda da lente precisa estar bem alinhada de maneira que ela não afunde a conjuntiva (tecido que recobre a esclera) e produza desta maneira uma interrupção dos vasos paralìmbicos, importantes na manutenção da saúde fisiológica corneana.

No IOSB - Instituto de Olhos Dr. Saul Bastos todas as adaptações de lentes esclerais realizadas são controladas em revisões a cada 3 ou 4 anos com um exame de microscopia especular que mostra a contagem e a qualidade das células endoteliais, responsáveis pela saúde fisiológica corneana. Em nenhum caso tivemos nestes 15 anos tivemos complicações com pacientes de lentes esclerais.

Atualmente o número de especialistas adaptando lentes esclerais no Brasil vem aumentando com um número crescente de novos oftalmologistas aderindo a esta modalidade. Um dos motivos é a grande facilidade inicial para o paciente pois as lentes esclerais são muito confortáveis e seguras, especialmente quando corretamente adaptadas e de boa qualidade. É preciso também levar em conta que muitos especialistas estão iniciando a curva de aprendizado ou ainda no começo da curva de experiência então é possível encontrar dificuldades eventualmente. O especialista experiente tem segurança e encontra com relativa facilidade a lente de teste a ser utilizada e sabe identificar áreas que eventualmente precisem de ajustes para uma melhor adaptação.

Dr. Marcelo Bittencourt - CREMERS 9683
Diretor Clínico

Luciano Bastos
Diretor e Instrutor Clínico de Lentes de Contato Especiais
IOSB - Instituto de Olhos Dr. Saul Bastos

Nenhum comentário: