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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Um dia que jamais irei esquecer

No dia 03 de Setembro de 2004, meu pai submeteu-se a uma intervenção cirúrgica de prevenção, devido a uma artéria (descendente anterior) parcialmente obstruida. Ele havia já realizado o procedimento menos invasivo do implante de Stent (drug elluting Stent, revestido) em uma angioplastia em Março de 2004 que teve sucesso, entretanto em Maio ele teve uma restenose ou seja, estava cicatrizando e fazendo nova oclusão parcial na área das extremidas do Stent. Fez uma nova angioplastia e cateterismo e foi desobstruido novamente, entretanto em Agosto uma recidiva de restenose e daí sua decisão (muito sensata levando em consideração essas dificuldades com o Stent) de que a melhor solução seria a cirurgia de ponte de mamária ou como é chamado "By pass". Sabíamos que os prognósticos eram melhores desta vez, eu apenas concordei com essa decisão uma semana antes, anteriormente eu era contra e pesquisei muito sobre métodos de tratar as recidivas de restenose.

O mais interessante foi que em nenhuma oportunidade ele teve infarto ou angina, entretanto ele percebeu em Fevereiro que seu condicionamento físico havia caido, mesmo ele sendo uma pessoa que tinha um ótimo preparo físico e cuidados com alimentação e saúde. Decidida a cirurgia ela seria marcada para após o feriado, entretanto após nós avaliarmos o exame de multi-slice que apresentava uma tomografia da artéria e do Stent  e observamos que o canal ou luz estava muito fino, ele optou creio que acertadamente que seria melhor operar antes do feriado de 7 de Setembro, embora deva-se evitar cirurgias antes de feriado pois muitas vezes o médico viaja e quem vai atender qualquer intercorrência é um assistente. 

A cirurgia correu bem, o cirurgião comentou que foi um sucesso. Ficamos muito felizes e fomos informados de que deveríamos voltar apenas no dia seguinte, poucos familiares pois ele ficaria na UTI para recuperação nos primeiros dois dias, para evitar contaminação. Essa é a pior parte dessa história, o telefonema cerca de duas horas e meia depois do hospital solicitando a presença de um familiar, o que me soou estranho. A ida de minha casa até o Instituto de Cardiologia foi uma das piores sensações que tive na minha vida, aquela sensação de desconforto, de nervosismo. Depois de recebida a notícia e o choque, como alguém pode morrer logo em seguida a uma cirurgia já na recuperação? Bem, depois disso foi uma sucessão de choque de realidade.

Meu pai me ensinou muitas coisas na vida, eu com 38 anos na época já tinha convivido o suficiente com ele para aprender que eu deveria aceitar a situação, nada o traria de volta, nada. Entretanto a sensação que me ficou e que segue comigo desde o dia 04 de Setembro, dia do enterro, até hoje é que parte dele ficou comigo. Comecei a pensar como ele, descobri que ele havia me preparado para aquele momento como nunca havia imaginado que poderia ocorrer. Descobri que eu tinha uma força, uma coragem e uma capacidade muito além do que acreditava ter.

Essa energia ficou, em considero que parte dela foi gerada por ele e depois desenvolvida por mim, ela me fortalece a cada dia e me ajuda a ter mais preparo e determinação para ajudar aos pacientes que nos procuram desde o Rio Grande do Sul e de todo o Brasil. Temos pacientes que tiveram sua primeira consulta em torno de 1971 em diante (na época tu era uma criança) e que continuam sendo atendidos pela nossa equipe profissional no IOSB e que jurei não deixar sem atenção. Os novos que vem sendo atendidos por nossa equipe e que vem a fazer parte dessa grande família que é o IOSB, pois além de uma clínica especializada na reabilitação visual com lentes especiais, no tratamentos de doenças externas oculares e em cirurgias (não eletivas), essa grande família é que move o nosso espírito de trabalho, com dignidade, competência, tecnologia, com afinco e dedicação.

Hoje, faz exatamente 6 anos que meu pai faleceu, acredito fielmente que ele nos ilumina a cada dia para que tenhamos como exemplo sua pessoa, sem dúvida antes de um grande especialista era um grande amigo e um ser humano exemplar.

Muito obrigado a todos os pacientes do Instituto de Olhos Dr. Saul Bastos. Saibam que a razão de nossa existência é garantir a saúde ocular de vocês, e com um tratamento humano e cordial. Esta é uma homenagem que faço a meu pai, Dr. Saul Bastos, pai, orientador, companheiro e meu melhor amigo.



Com incondicional amor e lealdade,

Luciano Bastos
Diretor & Instrutor Clínico de LC Especiais IOSB

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